sexta-feira, 19 de março de 2010

Vastí Marques se revela em cartas à famosos e anônimos

Livro lançado pela escritora radicada pauferrense traz impressões dela sobre personagens reais e fictícios


Em seu segundo livro, a escritora Vastí Marques de Siqueira discorre dando impressões sobre os mais diversos temas. Trata-se de um apanhado de 42 cartas dirigidas a famosos e anônimos, agora transformadas na obra “Caixa Postal – Textos Epistolares”, lançada em dezembro de 2009, pela editora mossoroense Queima Bucha.
A autora se refere a textos epistolares como documento histórico, uma declaração amorosa e argumenta. “Eu sempre sonhei escrever algo em vida que pudesse ficar como testemunho”, comenta fascinada.
Dentre os famosos, existe carta escrita para o cantor Roberto Carlos; o costureiro e ex-deputado já falecido, Clodovil Hernandes; a socialite e jornalista Danuza Leão, as personagens fictícias Capitú e o Pequeno Príncipe, a apresentadora Leda Nagle, a poetisa portuguesa Florbela Espanca, ao poeta mossoroense Antonio Francisco, Gibran Khalil Gibran e por ai vai. Tem até ao escritor afegão Amir Agha, de “O Caçador de Pipas”. Os anônimos também não são poucos, mas o destaque vão mesmo as palavras à mãe e à neta de apenas dois anos, Sophia, fruto de seu filho Demóstenes. Na verdade são duas cartas: uma antes e outras depois do seu nascimento.
No texto à Roberto Carlos, através de uma passagem marcante de sua vida, Vastí Marques lembra ao artista que suas músicas sempre fizeram parte da história dela.
Ela começa a carta dizendo, “Sempre quis tomar Vinho do Porto”. Para lá na frente explicar que em 2003 ganhou inexplicavelmente uma garrafa da bebida, tendo acabado saboreando diante da TV assistindo seu Especial de fim de ano, para logo avisar em seguida: “Não sou aquele tipo de fã que se descabela e guarda recortes, também nem tenho mais idade para isso”.
No texto direcionado à pequena Sophia, sua Neta, e para quem também dedica o livro, Vastí Marques, fala de dias difíceis e mostra as expectativas que deposita na criança. “Sei que vens para nos fazer compreender muitas coisas que ainda estão alem da nossa compreensão”, escreve a autora.
Vastí Marques começou a se interessar por escrever ainda na adolescência. Devido o comportamento introspectivo, costumava canalizar para a escrita como forma de colocar para fora suas idéias, pensamentos e sentimentos. Ela mesma lembra que o interessante da carta é o ritual de arrumar o conteúdo na cabeça, pegar o papel e a caneta e escrever. “Embora exista hoje a Internet, com o e-mail, acho que escrever cartas manuscritas acaba sendo um resgate da velha formula de se comunicar à distancia”, frisa.
O livro com essas e outras impressões da escritora pode ser encontrado na livraria Papel carbono e na loja Flores e Coisas da Terra, ao preço de R$ 20,00.
Formada em Letras e especialista em Psicopedagogia, Vastí Marques de Siqueira Costa é natural de Martins, município serrano do Rio Grande do Norte, mas reside desde muito tempo em Pau dos Ferros, onde seus filhos nasceram e onde sedimentou sua carreira profissional. Publicou uma biografia de idéias, como gosta de auto-intitular o livro “O Mundo que Eu Vejo”, de 2003.

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